quarta-feira, 6 de junho de 2018

Função Pública sem vagas



O Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos e as empresas públicas Endiama e Sodiam estão a trabalhar para o estabelecimento de uma nova política de produção e comercialização de diamantes, anunciou ontem, em Antuérpia, Bélgica, o Presidente João Lourenço.

Fonte: JA

O Presidente da República reconheceu que o país não tem tirado o proveito que devia tirar da produção de diamantes, porque as políticas definidas para o sector não são as que melhor servem os interesses do país, dos produtores e dos pró-prios consumidores.

“As entidades que têm a ver com a indústria de produção e comercialização de diamantes no país já estão orientadas no sentido de reverter este quadro”, anunciou João Lourenço, garantindo que a actual situação mudará muito em breve e os novos moldes de trabalho na indústria e comercialização de diamantes serão do conhecimento de todos.

O Presidente João Lourenço acredita que, com es-sas mudanças, as grandes empresas de extracção de diamantes voltarão a An-gola e vão trabalhar para o aumento da produção e nos novos moldes de comercialização. “Vamos tomar medidas no sentido de incentivar as grandes empresas que produzem diamantes a produzir, porque elas vão ter maiores benefícios na comercialização do mesmo produto”, garantiu.

  • Indústria de transformação
Falando perante as empresas representadas no Centro Mundial de Diamantes, na cidade belga de Antuérpia, que manifestaram o desejo de que os diamantes angolanos sejam comercializados na cidade, João Lourenço disse que além de preten-der aumentar a produção e continuar a vender, em parte, o diamante bruto, Angola quer transformar o diamante no país e com isso aumentar o emprego.
O Chefe de Estado pediu o apoio do Centro Mundial de Diamantes de Antuérpia para a montagem, em Angola, de uma indústria de transformação do diamante bruto. “Contamos com a vossa ex-periência, contamos enviar quadros para se formarem neste domínio do corte e lapidação de diamantes”, disse João Lourenço, prometendo que Angola vai, doravante, estar presente em Antuérpia, tendo orientado os responsáveis do sector a trabalhar para o efeito.

Antuérpia é responsável pela comercialização de 84 por cento de todos os diamantes brutos do mundo e 50 por cento de todos os diamantes lapidados. O Presidente João Lourenço visitou o Centro Mundial de Diamantes de Antuérpia, que considerou “o coração da indústria diamantífera do mundo”, para ser conhecido e aprender com a experiência dessa instituição no domínio do tratamento de diamantes.

Nas suas intervenções, tanto o presidente do Centro Mundial de Diamantes de Antuérpia, Ari Epstein, como o seu director executivo, Nishit Parikh, mostraram as vantagens que Angola teria em comercializar os seus diamantes neste centro.

Segundo esses responsáveis, a venda dos diamantes angolanos em Antuérpia vai permitir uma transparência total das receitas que o país tira da produção diamantífera, bem como obter um “preço correcto e mais elevado”. Sublinharam que Angola exporta apenas 1 por cento dos seus diamantes brutos directamente para Antuérpia, ainda assim, metade dos demais diamantes exportados acabam por chegar àquela cidade para serem comercializados outra vez.

A comercialização de diamantes no país está actualmente a cargo da Sodiam, subsidiária da Endiama. Em 2005 foi criada a empresa Angola Polishing Diamonds S.A. (APD), responsável pela abertura da primeira Fábrica de Lapidação de Diamantes de Angola, com a participação da Sodiam, tendo como objectivo controlar a globalidade da cadeia de valor deste negócio.

Angola produz mais de 9 milhões de quilates por ano, que rendem ao país cerca de 1,1 mil milhões de dólares.

  • Porto de Antuérpia
Depois do centro de comercialização de diamantes, João Lourenço visitou o Porto de Antuérpia, uma estrutura centenária, que ocupa cerca de 12 mil hectares e emprega mais de 60 mil trabalhadores. O porto, um dos maiores do mundo, movimenta centenas de milhares de contentores por mês, tendo atingido o seu maior pico em Maio deste ano, com a carga e descarga de um milhão de contentores.
Segundo o seu presidente e vice-governador da cidade de Antuérpia, Marc Van Peel, o porto, que está a 80 quilómetros da sua congénere de Roterdão, na Holanda, representa 3,7 por cento de empregos do país e tem uma contribuição de 4,7 por cento no PIB.

O Presidente da República visitou as instalações e recebeu explicações sobre a sua capacidade e funcionamento e observou, a partir de um navio de recreio, a dimensão das instalações, que também albergam várias indústrias do sector da petroquímica.

No final da visita, João Lourenço mostrou disponibilidade para Angola trabalhar em parceria com o Porto de Antuérpia, uma vez que o país tem em desenvolvimento alguns projectos de portos em águas profundas e quer contar com a experiência dessa instituição.
Ao fazer o balanço da visita do Presidente da República, o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, anunciou a visita a Angola, em Agosto deste ano, de uma alta delegação do Porto de Antuérpia.

João Lourenço visitou também o Instituto de Medicina Tropical, em Antuérpia, que se dedica à pesquisa de medicamentos, sobretudo, para o tratamento de algumas das principais doenças que afectam a África, como a malária.

Manuel Augusto anunciou a vinda de responsáveis do Ministério da Saúde da Bélgica para ver até que ponto o país pode beneficiar de mecanismos de tratamento e como a instituição pode ajudar a criar centros de pesquisa em Angola.

O Presidente da República, que terminou ontem uma visita oficial de dois dias à Bélgica, teve encontros com o Rei Filipe, com o primeiro-ministro, Charles Michel, com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, com a vice-presidente para a Política Externa e Segurança da Comissão Europeia, Federica Mogherini, e reuniu-se com representantes da comu-nidade angolana residente na Bélgica.

  • Função Pública preenchida

O Estado angolano esgotou a capacidade de empregar na Função Pública e vê como saída a criação de postos de trabalho no sector privado nacional e estrangeiro, anunciou, em Bruxelas (Bélgica), o Presidente da República, João Lourenço. 

''A oferta de emprego não é grande e temos de investir no sector privado'', afirmou, segunda-feira, o Chefe do Executivo angolano, citado pelos enviados especiais da Angop. De acordo com o estadista, que falava num encontro com a comunidade angolana no Reino da Bélgica e Luxemburgo, o caminho é a aposta na criação de um melhor ambiente de negócios.

Por via dessa melhoria, o Chefe do Executivo espera que sejam atraídos mais investidores privados e, como resultado, criados novos postos de trabalho. Angola conta com 385.423 funcionários e agentes administrativos, maioritariamente vinculados aos sectores da Educação e Saúde, 67% do total do efectivo da Função Pública.

Em Janeiro deste ano, o Presidente João Lourenço admi-tiu que “a Função Pública tem excedente de trabalhadores”, sublinhando que, “para me-lhorar os salários na Função Pública, deve ser acompanhado da sua redução”.

No encontro de quase duas horas, em Bruxelas, João Lourenço falou da di-versificação da economia do país e da necessidade de desenvolver a agricultura e todos outros sectores fora dos petróleos.

Da parte da comunidade angolana, o Presidente ouviu preocupações sobre a dificuldade para renovar os documentos de cidadão nacional e os entraves no envio de dinheiro a familiares em Angola. Ao Chefe de Estado foi solicitado que se pondere o direito ao voto dos angolanos que vivem no estrangeiro. A ideia é que cada um desses angolanos vote para as eleições gerais, a partir do país de residência.

A Constituição de An-gola não prevê a eleição de deputados no círculo do exterior do país. Os angolanos residentes no estrangeiro só podem votar no território nacional.

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