A ministra da saúde, Silvia Lutucuta, disse ontem, durante a abertura da Semana Mundial da Amamentação, em Luanda, que ainda no segundo semestre do presente ano será possível colocar em funcionamento o primeiro Banco de Leite no nosso país, para fazer face à dificuldade de amamentação de muitas mulheres e combater a denutrição crónica
O aleitamento materno é importante para o combate à desnutrição. Ele deve ser feito de forma exclusiva até aos seis meses. Depois dá-se a introdução dos alimentos complementares, desde que saudáveis, continuando o aleitamento materno até aos dois anos de idade. A situação da desnutrição crónica, leve e moderada em crianças menores de cinco anos no nosso país atingiu os 38 por cento. A criação de um banco de leite pode ajudar no processo de aleitamento e consequente combate à desnutrição. Trata-se de um projecto que, segundo a ministra da Saúde, Silvia Lutucuta, já tem alguns anos e que por esta altura já deveria estar implementado, mas por razões financeiras, e não só, ainda não se conseguiu. Está-se a trabalhar com a Maternidade Lucrécia Paim, que irá albergar o referido banco, e também com a promotora do projecto, no sentido de, a curto prazo, avançar o projecto, de acordo com a dirigente.
As instalações já estão feitas e os equipamentos já foram em grande parte doados, pelo que apenas se espera pela sua chegada ao país. “Precisamos de formar quadros com competências necessárias para que este projecto seja um facto, por um lado. Por outro, temos de ser optimistas, porque em grande parte este projecto é financiado com doações e acreditamos que, ainda no segundo semestre deste ano, será possível termos o nosso Banco de Leite a funcionar”, disse Lutucuta. Para além disso, há a necessidade, de acordo com a ministra, se promover a prática do aleitamento materno, de forma a reduzir a mortalidade materno-infantil e melhorar a qualidade dos serviços e cuidados prestados nas unidades de saúde.
“É urgente que se incremente a sensibilização sobre a promoção do aleitamento materno nas unidades sanitárias, nos mercados, entre os adolescentes e jovens, entre os homens, nas igrejas, nos mercados, para que possamos reverter a situação da desnutrição crónica leve e moderada em crianças menores de cinco anos, que é de 38%”, disse a ministra. De acordo com a ministra da Saúde, o novo Caderno de Saúde da Mãe e da Criança, é um instrumento chave que irá permitir reforçar a prática do aleitamento materno, a vacinação de rotina, acompanhar o crescimento e o desenvolvimento da criança desde a gravidez, o parto e o pós-parto, até aos cinco anos de idade.
Amamentar para salvar vidas
Por sua vez, o representante do UNICEF em Angola, Abubacar Sultan, disse que a amamentação é um acto decisivo para a vida e desenvolvimento de uma criança, é necessário que toda a sociedade apoie a mãe que amamenta, começando pela família. Fez saber ainda que para este ano está prevista a aprovação do Código Nacional de Comercialização dos Substitutos do Leite Materno, do Guia de Resposta Nutricional em Situação de Emergência, da Política Nacional de Alimentação e Nutrição, do Plano Estratégico Multisectorial, todos instrumentos essenciais para a protecção e promoção do Aleitamento Materno, com o objectivo de salvar a vida de milhares de crianças angolanas. Para o representante da Organização Mundial da Saúde, Hernando Agudelo, a amamentação também fornece anticorpos vitais e um aumento da imunidade.
Por isso, em situações de emergências, quando as comunidades enfrentam acesso limitado à água potável e serviços básicos de saúde, a amamentação garante uma fonte de alimento segura, nutritiva e acessível para crianças, ao mesmo tempo protege- as de doenças. A Assembleia Mundial da Saúde adoptou a celebração anual da Semana da Amamentação pelos Estados membros como uma forma valiosa de protecção, a promoção e o apoio ao aleitamento materno em todos os lugares. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o UNICEF recomendam que a amamentação tenha início na primeira hora de vida, continuada exclusivamente (sem qualquer outro alimento ou bebida, nem mesmo água) durante os primeiros seis meses e depois continuada, com alimentos complementares seguros e adequados, até aos dois anos.
Fonte: OPAIS
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