Museu Nacional de Etnologia em Portugal tem peças angolanas
Fotografia: DR
O relatório solicitado à historiadora de arte francesa Bénédicte Savoy e ao economista senegalês Felwine Sar defende a devolução de todos os objectos detidos pelos museus nacionais franceses, dos quais não exista um justificativo de compra consentida.
José Luís Mendonça, jornalista cultural em Angola, disse ao jornal português “Diário de Notícias” que as recomendações são legítimas e admite que esta decisão vai permitir às autoridades angolanas dialogarem com Portugal sobre a restituição do espólio angolano.
E em Portugal? À Direcção-Geral do Património Cultural não chegou ainda qualquer pedido de restituição dos bens culturais que estão em museus portugueses, mas a intenção existe, confirmou a ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, ao Expresso.
Máscaras, artefactos, bonecas, objectos e uso quotidiano podem ser reclamados por Angola ao Estado Português. O Museu Nacional de Arqueologia e Museu de História Natural e da Ciência de Portugal são detentores de alguns destes bens culturais.
“É imperioso que a diplomacia angolana, em colaboração com o Ministério da Cultura e outros departamentos ministeriais, possa dar início a consultas multilaterais com vista a regularizar a questão da propriedade e da posse, por um lado, e, por outro lado, da exploração dos bens culturais angolanos no estrangeiro”, disse Carolina Cerqueira.
Em Portugal, é no Museu Nacional de Etnologia que se encontram mais peças de origem angolana. A maioria resulta das recolhas do antropólogo Jorge Dias e da sua equipa no âmbito das Missões de Estudo das Minorias Étnicas.
O actual director, Paulo Costa, disse ao “Expresso” que o critério de devolução tem “de ser muito bem definido porque pode acabar com os museus como existem actualmente”. E mostra-se tranquilo com a origem das peças que se podem ver na instituição fundada e dirigida por Jorge Dias em 1965, albergando o produto das expedições.
A questão não é nova e foi levantada há quatro anos pela Grécia, que reclama a devolução dos mármores do Pártenon que estão no Museu Britânico. A UNESCO tem sido mediadora no caso. Os americanos do Instituto Smithsonian são os precursores da medida. Em 2010, o Museu de Washington devolveu os esqueletos de mais de 60 pessoas de Arnhem Land, na Austrália. Todos tinham menos de 120 anos.
Fotografia: DR
O relatório solicitado à historiadora de arte francesa Bénédicte Savoy e ao economista senegalês Felwine Sar defende a devolução de todos os objectos detidos pelos museus nacionais franceses, dos quais não exista um justificativo de compra consentida.
José Luís Mendonça, jornalista cultural em Angola, disse ao jornal português “Diário de Notícias” que as recomendações são legítimas e admite que esta decisão vai permitir às autoridades angolanas dialogarem com Portugal sobre a restituição do espólio angolano.
E em Portugal? À Direcção-Geral do Património Cultural não chegou ainda qualquer pedido de restituição dos bens culturais que estão em museus portugueses, mas a intenção existe, confirmou a ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, ao Expresso.
Máscaras, artefactos, bonecas, objectos e uso quotidiano podem ser reclamados por Angola ao Estado Português. O Museu Nacional de Arqueologia e Museu de História Natural e da Ciência de Portugal são detentores de alguns destes bens culturais.
“É imperioso que a diplomacia angolana, em colaboração com o Ministério da Cultura e outros departamentos ministeriais, possa dar início a consultas multilaterais com vista a regularizar a questão da propriedade e da posse, por um lado, e, por outro lado, da exploração dos bens culturais angolanos no estrangeiro”, disse Carolina Cerqueira.
Em Portugal, é no Museu Nacional de Etnologia que se encontram mais peças de origem angolana. A maioria resulta das recolhas do antropólogo Jorge Dias e da sua equipa no âmbito das Missões de Estudo das Minorias Étnicas.
O actual director, Paulo Costa, disse ao “Expresso” que o critério de devolução tem “de ser muito bem definido porque pode acabar com os museus como existem actualmente”. E mostra-se tranquilo com a origem das peças que se podem ver na instituição fundada e dirigida por Jorge Dias em 1965, albergando o produto das expedições.
A questão não é nova e foi levantada há quatro anos pela Grécia, que reclama a devolução dos mármores do Pártenon que estão no Museu Britânico. A UNESCO tem sido mediadora no caso. Os americanos do Instituto Smithsonian são os precursores da medida. Em 2010, o Museu de Washington devolveu os esqueletos de mais de 60 pessoas de Arnhem Land, na Austrália. Todos tinham menos de 120 anos.
JORNAL DE ANGOLA
0 comentários: