
O embaixador da França em Angola, Sylvain Itté, recusou ontem, em Luanda, “comentar muito” sobre as manifestações que ocorrem no seu país, mas disse que estão consagradas na Constituição
O diplomata francês fez esta afirmação à imprensa, no final de um culto dominical da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo(Os Tocoístas) do qual participou como convidado.
Prudente nas suas declarações, Sylvain Itté explicou que desde a Revolução Francesa de 1879 o povo francês sempre manifestou- se para reivindicar os seus direitos quando elesestão em causa. Segundo ele, “o povo francês tem um lado positivo e negativo”, e esta manifestação está a ocorrer em protesto contra a subida dos preço dos combustíveis, apesar de não ter o apoio de todos os franceses.
Citando os manifestantes, designados de “Coletes amarelos”, Itté disse que eles alegam que o aumento da taxa, sobretudo da gasolina, está a tornar as suas vidas cada vez mais caras. Disse ser compreensível que ocorram, quando em causa está uma reivindicação que os manifestantes consideram como sendo “desigualdade” e quando acontece “reagem fortemente”.
“O povo francês tem um sentimento muito forte e é muito sensível no sentimento de desigualdade”, resumiu o diplomata francês que evitou entrar em mais pormenores.
Refira-se que na origem do protesto estão os impostos que o Presidente francês Emmanuel Macron introduziu no ano passado, sobre o gasóleo e a gasolina. O presidente francês diz que o objectivo é encorajar as pessoas a mudarem para um tipo de transporte mais ecológico. Para além do imposto, o governo oferece incentivos à comprar veículos verdes ou elétricos.
Manifestantes, vestidos com coletes fluorescentes de segurança bloqueiam estradas, por todo o país, com barricadas e camiões em marcha lenta, obstruindo o acesso a estações de serviço, centros comerciais e fábricas, e tudo aponta a situação poderá ainda perdurar por mais tempo.
O PAÍS de: Ireneu Mujoco
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