quarta-feira, 10 de abril de 2019

117 mil ex-militares e viúvas aguardam reintegração social

Fotografia: Santos Pedro

O Instituto de Reintegração Sócio-profissional dos Ex-Militares (IRSEM) precisa de 39 mil milhões de kwanzas para a reintegração na vida económica e social de 80.537 ex-militares, 13 mil portadores de deficiência e 24 mil viúvas e órfãos de guerra, totalizando 117 mil pessoas.

Em conferência de imprensa ontem, em Luanda, enquadrada nas comemorações do 24.º aniversário do IRSEM, criado a 14 de Abril de 1995, o director-geral da instituição, Domingos André Tchikanha, apontou 2022 como a meta para a reintegração dos ex-militares na vida socioprofissional e produtiva do país.Domingos Tchikanha, que falava em conferência de imprensa sobre o estado actual do processo de reintegração dos ex-militares licenciados ao abrigo dos acordos de paz, explicou que a não reintegração dos ex-militares deveu-se à falta de verbas. “Havendo condições financeiras, seria fácil a reintegração sócio-económico dos ex-militares”, afirmou. 

O responsável do IRSEM adiantou que a província com mais ex-militares por reintegrar é Benguela, com mais de 17 mil, seguindo-se a Huíla com 12 mil. Zaire, com apenas 49, é a província com menos ex-militares por reintegrar.
Domingos Tchikanha garantiu que das verbas que as administrações municipais vão receber do Executivo para o combate a pobreza, 70 por cento vão ser destinados à reintegração dos ex-militares. No ano passado, disse, o IRSEM previa reintegrar 11 mil pessoas, entre ex-militares e portadores de deficiência vulneráveis, mas apenas foi possível o enquadramento de 1.004 ex-militares.
Domingos Tchikanha garantiu, entretanto, que o Executivo está empenhado em criar todas as condições com vista à reintegração condigna dos ex-militares. "Os ex-militares constam nas prioridades do país, mas as condições financeiras não permitiram", lembrando que, quando é desmobilizado, o ex-militar, tem um subsídio de desmobilização de 55 mil kwanzas.
O IRSEM, sublinhou o director-geral, tem vários projectos de reintegração, mas a falta de financiamento tem sido o grande empecilho. “As cotas financeiras que recebemos do Ministério das Finanças são inferiores e não conseguimos atingir os objectivos que preconizamos”, lamentou.
Uma tarefa de todos
O director-geral do IRSEM defende que a tarefa de reintegração sócio-profissional dos ex-militares deve constituir um compromisso da Nação e tarefa de toda sociedade. “Ela não se resume só em entregar kits de trabalho para os ex-militares, mas também emprega-los”, considerou Domingos Tchikanha, que exortou os empresários a promoverem o emprego dos ex-militares.
Domingos Tchikanha lembrou que, em 1991, foram desmobilizados cerca de 240 mil efectivos, dos quais 50 mil eram oficiais que estavam na responsabilidade do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas.
“Os sargentos e soldados é que estão sob responsabilidade do Instituto de Reintegração Sócio-Profissional dos Ex-militares. Este Instituto tem a missão de criar oportunidades de criação de renda e emprego dos ex-mobilizados e as suas famílias”, explicou.
O Instituto de Reintegração Socio-Profissional dos Ex-Militares foi criado para apoiar os esforços do Executivo no sentido de reintegrar os desmobilizados no quadro dos acordos de paz, com destaque para os de Bicesse, em 1991, Lusaka, e os Memorandos de Entendimento do Luena e do Namibe.
O IRSEM, substituiu o então Gabinete Interministerial de Apoio aos Desmobilizados de Angola (GIADA), é, actualmente, um órgão do Estado que visa assegurar a implementação e o desenvolvimento de uma política de apoio à reintegração social, económica e profissional dos ex-militares.

JA

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