sábado, 29 de setembro de 2018

MÃE DEPOSITA NA FOSSA BEBÉ RECÉM-NASCIDO EM MALANJE



A sociedade malanjina ficou chocada com o caso da mãe que depositou o seu bebé recém-nascido em uma fossa de casa de banho abandonada, logo após o parto, num dos bairros desta cidade


O porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC), Lindo Ngola, confirmou o facto que aconteceu no bairro Kanâmbwa, na tarde desta Quinta-feira, quando as Forças da Ordem Pública foram notificadas de emergência para socorrer um recém-nascido abandonado. Segundo Lindo Ngola, o mesmo foi encontrado pelas crianças que brincavam nas cercanias, ouviram choros, aproximaram- se do local e, logo anunciaram a sua presença aos adultos que, por sua vez, comunicaram às autoridades policiais. Assim, o bebé foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros e levado de imediato, para ser submetido aos cuidados médicos no Hospital Provincial Materno- Infantil de Malanje (HPMIM).

Contudo, sem revelar o nome da senhora, de 24 anos, em salvaguarda o ‘segredo da justiça’, o oficial do SIC fez saber que a suposta acusada, alegadamente por “crime de abandono de infante”, já está detida e que o processo vai dar o seu seguimento normal, até transitar em julgado. Na sequência, reprovou o comportamento e garante que a mesma deverá ser punida para desencorajar que outras mães sigam o mesmo caminho. O director do Hospital Provincial de Malanje, Mateus Paquete Van-Dúnen, certificou que o bebé se encontra internado, sobre cuidados médicos, na sua unidade hospitalar e que, aparentemente, apresenta um bom estado de saúde.

Mas, ainda assim, por uma questão de prevenção, ele manter-se-á em observação até que se confirmar que a sua saúde não corre quaisquer riscos. Indagado sobre as motivações que levariam uma mãe praticar ‘Crime de Abandono de Infante’, Mateus Paquete mencionou o factor social, consubstanciado nos baixos rendimentos das famílias, que acabam por gerar uma grande pressão nos seus membros. No caso, o médico aventou a hipótese do facto de a jovem ser mãe-solteira, com dois filhos, desempregada, a viver às expensas da irmã mais-velha, adicionada à chegada de mais um bebé, talvez tenha pesado na atitude que tomou.

“Julgo que a pressão familiar, associada às dificuldades sociais, certamente, fez com que ela tenha tentado em se desfazer do bebé”, conjecturou. O responsável hospitalar disse que este, por mais que seja um caso que se junta a tantos outros que acontecem vezes sem conta na sociedade, segundo o seu ponto de vista, impõe-se que os académicos, investigadores e as autoridades estudem o fenómeno, debatam e encontrem uma solução de contraposição da onda de abandono de crianças, de infanticídios e de outras tendências criminais, que mexem com a dignidade humana.

Fonte: OPAIS POR: Miguel José, em Malanje

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