
Um tribunal do Cairo proferiu, neste sábado (28), a sentença de morte contra 75 islamitas, incluindo líderes da Irmandade Muçulmana, o maior número de condenações à morte em um único caso.
Os juízes pediram, conforme exigido por lei, a opinião consultiva do grande mufti do Egito sobre essas sentenças em um caso relacionado a uma manifestação violenta em 2013.Após a opinião do mufti, os condenados poderão apelar.
Depois da queda de Mohamed Mursi, o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito, em 3 de julho de 2013, o país passou por vários meses de violência em que as forças de segurança reprimiram as manifestações de seus partidários.
Em 14 de agosto de 2013, policiais e militares atiraram e mataram mais de 700 manifestantes pró-Mursi.
Líderes da Irmandade Muçulmana, como Mohammed al-Beltaji, Issam al-Aryan e Safwat Hijazi, estão entre os condenados à morte neste sábado, 31 dos quais foram julgados à revelia.
O tribunal decidiu proferir as sentenças contra o restante dos acusados neste caso - 713 pessoas são julgadas no total - depois que o mufti der sua opinião em 8 de setembro.
Os 75 islamitas cujo caso está nas mãos do mufti foram condenados por "atos de perturbação à ordem e à segurança". Eles também foram condenados por colocar em risco a vida das pessoas, resistir às forças policiais e por "assassinatos premeditados" e vandalismo.
O fotojornalista Mahmoud Abu Zeid, conhecido por seu pseudônimo Shawkan, está entre os réus, mas o tribunal adiou a decisão sobre sua sentença. Ele foi preso no dia da sangrenta dispersão na Praça Rabaa al-Adawiya enquanto cobria os eventos. Desde então, ONGs fazem campanha por sua libertação.
O chefe do exército na época, o general Abdel Fattah al-Sissi, que havia deposto Morsi, foi eleito presidente em maio de 2014.
Organizações internacionais de direitos humanos acusam seu regime de ser ultrarepressivo e de explorar a justiça para reprimir a oposição. Centenas de islamitas, incluindo Mursi, foram condenados à morte em julgamentos em massa denunciados pela ONU.
AFP
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