segunda-feira, 15 de outubro de 2018

PGR: Ex-governador da Huíla implicado no desvio de 200 milhões Kz, Tyipinge fala em "intenção deliberada" de prejudicar o seu bom nome


Foto: DR | NJOnline

A Procuradoria Geral da República na Huíla divulgou que está em curso um processo-crime que indicia o ex-governador João Marcelino Tyipinge no desvio de mais de duzentos milhões de kwanzas, envolvendo um contrato para criação de 22 laboratórios escolares que nunca saíram do papel. Tyipinge diz que há uma "intenção deliberada" de prejudicar o seu bom nome


"Existe um processo em curso, mas está em segredo de justiça, uma vez que se encontra na fase de instrução preparatória", informou o sub-procurador-geral da República na Huíla, Hernâni Beira Grande, em declarações à Rádio Nacional, acrescentando que foram ainda indiciados outros suspeitos.

No momento, segundo o sub-procurador, correm os trâmites legais do processo número 2.272.

"Temos já alguns arguidos detidos, como o ex-delegado provincial das Finanças da Huíla e o ex-director provincial da Educação. O processo envolve o desvio de mais de duzentos milhões de kwanzas, destinados à compra de laboratórios, que não existem", explicou.

João Marcelino Tyipinge reage


"Nunca fui chamado para prestar declarações sobre o processo, mas vocês baseiam-se em documentos - digamos - falsos, e publicam. Sem fundamento nenhum", disse o ex-governador à Rádio Nacional de Angola, reagindo à notícia sobre as investigações.

"Nunca fui ouvido", reforçou.


De lembrar que o Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve, no dia 3 de Setembro, o director do Gabinete Provincial da Educação da Huíla, Américo Chicote, bem como o ex-delegado provincial das Finanças na Huíla, Sousa Dala.

Em causa está o "desaparecimento" de 200 milhões de Kwanzas dos cofres da província, através de um contrato com a empresa Ciko Soluções, Gestão e Empreendimento, para a criação de 22 laboratórios escolares, para os primeiro e segundo ciclos.

Apesar de o acordo ter sido rubricado em 2015, três anos depois continua sem sair do papel, circunstância que no final de Agosto também levou à detenção de dois responsáveis da firma Ciko Soluções, Gestão e Empreendimento.

Para além do crime de peculato, estão sob investigação crimes de abuso de confiança, branqueamento de capitais, associação criminosa e corrupção passiva.

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