Oficial da Polícia “executado” em casa por supostos meliantes
Familiares e vizinhos suspeitam que o crime tenha sido “encomendado”, uma vez que os meliantes, ao entrarem no interior da residência, dirigiramse, imediatamente, ao quarto da vítima e deram-lhe um tiro no abdómem
O inspector chefe da Unidade de Protecção de Individualidades Protocolares (UPIP) da Polícia Nacional António Lucas, de 58 anos, foi brutalmente assassinado na madrugada de ontem no interior da sua residência, no bairro Catinton, em Luanda, com um disparo de arma de fogo que o atingiu no abdómem.
O crime ocorreu por volta da 01h00 da manhã, quando seis supostos meliantes, armados, entraram no interior da residência e dirigiram-se de imediato ao quarto da vítima, onde esta se encontrava com a esposa, Oriana Luís Jeremias, de 53 anos. Os marginais efecturam um disparo, com uma arma do tipo AKM, tirando-lhe a vida e ferindo o braço da sua companheira.
Ao narrar os factos a OPAÍS, o filho do malogrado, Altino António, explicou que o primo com quem partilha o quarto o acordou a si e ao seu irmão, a meio da noite, explicando que ao caminhar em direcção à casa de banho, notou a presença de indivíduos estranhos e viu que o cão (de raça Pitbull), caminhava em direcção ao fundo do quintal.
Assustado, voltou para o quarto e contou o que viu pensando serem “jovens do bairro que pretendiam assaltar a residência. “ Decidimos pegar numas pedras para os afugentar. Quando o meu primo perguntou o que queriam, um deles manipulou a arma. Voltamos para o quarto e trancamos a porta”, detalhou.
Altino António disse que conseguiu efectuar uma ligação telefónica para o pai, que se encontrava num dos quartos de dentro de casa, a pedir que preparasse a arma e efectuasse disparos, porque havia assaltantes em casa. Infelizmente, a vítima não foi a tempo de atender a este pedido, uma vez que enquanto conversavam, dois dos supostos meliantes haviam rompido a porta principal (feita de madeira). Em fracções de segundos o pânico instaurou-se na casa.
A esposa, apavorada, fazia força contra a porta do quarto para que também não fosse arrombada, enquanto a vítima preparava a arma. Todavia, os esforços foram em vão, pois ambos foram alvejados, a vítima mortal no abdómem e a esposa no braço. “No lado de fora, estávamos à espera que o pai reagisse mas não houve sinal. Quando ouvimos o disparo, a mãe começou a gritar.
Eles saíram do interior da casa e ao chegarem ao quintal disseram ‘wei wei o kota tem uma ( referindo-se à arma)”. O jovem afirma ainda que num outro quarto, ao lado do quarto do casal, encontravamse quatro irmãs que ao abrirem a porta depois do disparo, conseguiram ver que os supostos assassinos do pai eram altos e corpulentos.
No ano passado um cão foi envenenado Com excepção do caso de litígio de terreno no bairro Bita, em que a família esteve envolvida, em Agosto de 2018, Analtino António diz não se lembrar de outra ocorrência que pudesse colocar em risco a vida do pai, uma vez que o caso foi resolvido pela Administração e as autoridades competentes.
Por outro lado, relembrou que em meados do mês de Agosto, o cão da família, de raça Pitubull, tinha sido envenenado. Residentes no referido bairro há 14 anos, o jovem disse que nunca sofreram qualquer tipo de assalto ou tiveram quaisquer problemas com a vizinhança. Por esta razão é de opinião que o crime tenha sido encomendado.
“Se fossem assaltantes deveriam render-nos, visto que estávamos no quarto do quintal, ou levar um dos carros. Porquê é que foram directamente ao quarto do pai e como é que sabiam que era aquele?”, questionou.
Acordámos com os gritos Ouvidos por OPAÍS, vizinhos afirmam não ter ouvido o barulho do disparo e nem se terem apercebido de qualquer “movimento estranho” na casa do fatídico acontecimento.
Tendo salientado que acordaram com os gritos da família enlutada ao verem “o tio Lucas” no chão, já sem vida. Para concluir, pediram maior intervenção dos efectivos da Polícia Nacional, uma vez que é elevado o índice de criminalidade naquela zona.
OPAIS
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