terça-feira, 26 de junho de 2018

JOVENS CRIAM FERTILIZANTES COM MATERIAL ORGÂNICO



Dois estudantes empreendedores angolanos criaram fertilizantes com materiais orgânicos (restos de frutas, legumes, café e palha), que ajudam não somente no crescimento da plantação, mas também na preservação dos solos e do meio ambiente


Xavier Diogo e Dória Paulo são dois dos cinco elementos que compõem o grupo “Kolela Fertizantes”, que produz fertilizantes tanto líquido quanto sólido, orgânicos e a base de produtos reciclados e inodoro. O fertilizante foi baptizado com o nome do referido grupo e esteve exposto na última feira Angotic. Os jovens angolanos disseram, em entrevista exclusiva a OPAÍS, que o projecto surgiu na intenção de ajudar a produção nacional e diminuir o índice de importação de fertilizantes. Numa altura em que se vive uma situação de crise económica e financeira, os jovens defendem que o país precisa de investidores que acreditem na produção nacional.

Os fertilizantes, segundo Dória e Xavier, são feitos com restos de frutas e legumes, bem como os restos de café e a palha, aproveitando tanto a parte sólida quanto a líquida, a que os inventores chamam de “chorume”. Garantiram que o produto é inodoro (não tem cheiro) e nem causa nenhum dano ao meio ambiente. “Nós pegamos naquilo que as pessoas descartam de certos alimentos e produzimos o fertilizante. Quando produzimos o fertilizante sólido, resulta o líquido que chamamos chorume”, explicaram. Por estarem interessados em desenvolver mais o projecto numa altura em que se fala muito em investimentos na agricultura, os jovens adiantam que precisam de máquinas trituradoras, no sentido de acelerar a produção.

Referiram que o adubo líquido (chorume) ajuda na irrigação, aumentando a rapidez do processo produtivo. Explicaram que meio litro de chorume pode ser misturado com cerca de dois litros da água que vai servir para irrigar a plantação ou o solo. “O produto não está a ser comercializado ainda, pretendemos produzir em massa e precisamos de investidores. Já temos estado a ajudar na produção de algumas plantações e tivemos resultados muito positivos”, avançaram. Os jovens acreditam que “fertilizar não é matar”, por isso alegam que o seu produto faz toda a diferença. Afirmaram, por outro lado, que, no país, nenhum produtor de fertilizantes faz com base naquilo que é natural, referindo que todo o fertilizante que se usa, tanto o nacional quanto o importado é feito de adubo sintético, que para eles causa danos à terra depois de um determinado tempo. Enfim, pensam que é possível baixar os índices de importação de fertilizantes, visto que há no país pessoas que podem produzi- lo à baixo custo, ou quase sem custo, reciclando o lixo e utilizando- o para ajudar na produção nacional.

Fonte: O País, POR: Neusa Filipe

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