domingo, 13 de janeiro de 2019

Onda de assaltos “tira o sono” aos moradores do Prenda

Num dos últimos assaltos a uma residência, que chocou os moradores, a vítima foi um cidadão maliano, a quem foi desferido um golpe de catana na cabeça. Estima-se que lhe tenham sido roubados mais de 5 milhões de Kwanzas. Os moradores alegam que a polícia não aparece quando é chamada a intervir e defendem que se desencadeie uma operação na zona do chafariz apontada como foco de criminalidade no bairro.

Os moradores do bairro Prenda, propriamente nas imediações do Instituto Médio Industrial Simeone Mucune, em Luanda, afirmam que se tem tornado cada vez mais perigoso residir nesta zona, devido à sequência de assaltos registados nas últimas semanas, que alegam ser do conhecimento da Polícia que pouco ou nada tem feito para os prevenir/combater.
À luz do dia, ou durante a madrugada, com pedras, martelos, catanas ou à mão armada, os meliantes, de forma destemida, invadem as residências, espancam os moradores e levam os seus pertences, tendo como preferência o dinheiro e os televisores plasma, sem que alguém frustre as suas acções.


O último caso, narrado pelo grupo de moradores à reportagem de OPAÍS, ocorreu na madrugada da última Terça Feira, na rua da “Pracinha do Savimbi”, onde um cidadão de nacionalidade maliana, que se tinha mudado para essa residência há pouco menos de dois meses, ficou sem os 5 milhões de Kwanzas, após lhe ter sido desferido um golpe de catana na cabeça.
Segundo um dos moradores que não aceitou ser identificado, temendo represálias, o grupo de meliantes levou mais de 30 minutos para abrir o portão principal que dá acesso ao quintal onde se encontram as duas casas, uma delas, a principal, arrendada por cidadãos da República do Congo e outra pelo maliano e a esposa.
“Bateram-lhe à porta à pedrada, obrigaram-no a abrir, proferindo ameaças do tipo: se não o fizeres vou-te matar. Nós ouviamos os gritos e ligámos para a Polícia, mas os efectivos apareceram somente às 8 horas da manhã”, conta. Com o objectivo de obter o pronunciamento das vítimas, OPAÍS dirigiu-se à referida residência e tomou conhecimento de que, depois do assalto, o medo instaurouse no seu seio e preferiram mudar de bairro.
Se não entragasse o dinheiro levariam o meu filho Dona Ana (nome fictício, propositado, para preservar a identidade da vítima) ainda não recuperou do trauma da madrugada do dia 28 de Dezembro de 2018.
Na calada da noite, ela, o esposo e os dois filhos menores de idade viram o sono a ser interrompido com um barulho assustador que vinha da janela da sala. Estavam os marginais a entrar em acção, na tentativa de abrirem a tal janela.
Levaram mais de 30 minutos para a abertura, e ao virem isto, a família encurralada tentava estabelecer contacto com a Polícia, colocava-se aos gritos a pedir socorro, de forma a despertar os vizinhos, mas sem sucesso.
Quatro deles entraram pela janela, instauraram o pânico e, à medida que caminhavam em direcção ao quarto, os batimentos do coração de Ana aceleravam, temendo pela sua vida, dos seus filhos e do seu esposo.
Localizadas as vítimas, a mãe e os filhos foram levados para o outro quarto, enquanto o chefe de família era agredido, com socos e pontapés. Pediam os telefones e todo o dinheiro que o senhor tinha em posse.
“O meu marido entregou mais de 100 mil Kwanzas e três telefones mas, ainda assim, o outro disse que se não entregasse todo o dinheiro levaria o meu filho mais novo. Eu implorei que ele levasse tudo menos a criança”, lembrou, com o semblante de tristeza, acrescentando que o televisor plasma e a aparelhagem de som também constam da lista dos itens roubados.
A fonte conta que um dos seus vizinhos de quintal ligou a lâmpada para tentar afugentar os meliantes, em resposta estes arremessaram um bloco na porta da sua residência. Um outro vizinho, que “driblou” os assaltantes fugindo pelo tecto e foi à esquadra móvel denunciar o assalto.
A vítima disse que ao amanhecer, dirigiu-se à esquadra móvel onde apresentou a queixa –crime. Salientando que o processo decorre e está sob a investigação no Comando da Polícia Nacional no Catinton. “ Não consigo dormir em paz. Foi um choque muito grande e receio que a qualquer momento possa acontecer novamente”, desabafou, alegando que a acção da polícia no bairro é ineficaz.
Quem também concorda com esta opinião é Rui Garcia, de 42 anos, dos quais 20 a residir no bairro Prenda. Segundo ele, foi obrigado a instalar uma câmara de filmar no quintal, depois de, no passado mês de Novembro, os meliantes aproveitarem-se da ausência de casa, arrombaram a porta e levaram o seu televisor plasma, a mochila com ferramentas de trabalho, e um telefone. Uma perda avaliada em mais de 100 mil Kwanzas.
Fonte: OPAIS

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