sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Seropositivos abandonam o tratamento





Decorrem várias acções de sensibilização contra a discriminação
Fotografia: Benjamim Cândido| Edições Novembro

Cento e 14 doentes com VIH/Sida abandonaram o tratamento com retrovirais na província da Huíla, de Janeiro a Junho do ano em curso, supostamente por mudança de residência, receio do estigma, entre outras causas, observando-se uma redução de 30 casos, comparativamente a igual período anterior de 2017.

A informação foi avançada à Angop, no Lubango, pelo supervisor provincial do Programa de Luta contra a Sida, afecto ao Departamento de Saúde Pública e Controlo de Endemias na Huíla, Levy Gomes, referindo que do número de desistências constam 75 mulheres grávidas e duas crianças.

Explicou que muitas vezes as pessoas têm receio de serem reconhecidas por vizinhos ou familiares nos centros de saúde, acabando por mudar de região ou simplesmente deixar de fazer o tratamento.
Afirmou que de Janeiro a Junho morreram 35 pessoas com o VIH/Sida, contra oito de igual período do ano anterior, nos municípios do Lubango e Caluquembe (11 para cada), Matala (quatro), Quilengues e Caconda (três para cada).

Levy Gomes acrescentou que no período em referência foram registados 1.193 novos casos de VIH/Sida, entre 46.304 testes realizados, sendo a faixa etária dos 25 aos 49 anos a mais afectada.
O supervisor provincial do Programa de Luta contra a Sida garantiu existirem na província retrovirais suficientes, que são distribuídos gratuitamente em todas as unidades sanitárias e centros de saúde que fazem o acompanhamento da doença.

A falta de financiamento para actividades planificadas e impressão de cartazes, abandono das consultas e do tratamento com retrovirais, fraco abastecimento de preservativos, baixa cobertura da testagem, devido ao fornecimento reduzi-do de testes de VIH, foram apontadas por Levy Gomes como os principais constrangimentos.

Apelou à população, principalmente pessoas com idades mais afectadas (25 aos 49 anos), a apostarem mais na prevenção, não só do VIH, mas de outras doenças de transmissão sexual, procurando os centros de testagem voluntária para conhecerem o seu estado serológico, especialmente as mulheres gestantes, para que possam mitigar o impacto da transmissão da doença para o bebé.

Jornal de Angola

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