Ébola causa 55 mortos na RD Congo
É a décima epidemia da doença no país desde 1976, mas é a primeira vez que o vírus afecta uma zona densamente povoada.
O foco mais recente da epidemia de febre hemorrágica Ébola fez 55 mortos no Leste da República Democrática do Congo (RDCongo), onde o Governo decretou a gratuitidade dos cuidados de saúde durante três meses, veicularam ontem as autoridades. Cinco novos casos foram registados em Mabalako-Mangina, perto de Béni, epicentro da epidemia que afecta a província do Kivu-Norte, segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, ontem divulgado. “No total, 96 casos de febre hemorrágica foram identificados na região, 69 dos quais confirmados e 27 prováveis”, precisou a Direcção-Geral de Luta contra a Doença.
“O Ministério da Saúde decretou a gratuitidade dos cuidados de saúde nas três zonas sanitárias mais atingidas pela epidemia, a saber Mabalako, Oicha e Béni”, assinala o boletim diário referente à epidemia. Segundo o médico responsável pela coordenação da resposta à doença, Bathé Ndjoloko Tambwe, “trata-se de quebrar a barreira financeira que poderia impedir a população de se deslocar ao centro de saúde”. Cerca de 80 milhões de congoleses têm um rendimento médio estimado em 1,25 dólares (um euro) por dia. A Direcção-Geral de Luta contra a Doença tinha revisto em baixa o número de “contactos” com o vírus acompanhados pelos médicos, de 2.157 para 1.609, após investigações dos epidemiologistas.
O novo foco da epidemia foi declarado a 1 de Agosto em Mangina, província do Kivu- Norte. Uma vacinação específica está em curso, tal como na última epidemia que atingiu a província do Equador, noroeste do país, e cujo fim foi anunciado a 24 de Julho (33 mortos num total de 54 casos). “Desde o início da vacinação, a 8 de Agosto de 2018, foram inoculadas 1.273 pessoas”, precisou ontem o Ministério da Saúde. As equipas médicas “começaram a utilizar a molécula terapêutica Mab114 no âmbito do tratamento dos doentes” em Béni e em Mangina, epicentro da epidemia, segundo o Ministério. A RDCongo (ex-Zaire) foi palco de dez epidemias de Ébola desde 1976, mas esta é a primeira vez que o vírus ataca numa zona de conflito armado, densamente povoada e com grandes fluxos populacionais.
Fonte: O País
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