Representantes da Cruz Vermelha da Coreia do Norte e Coreia do Sul se reuniram nesta sexta-feira para discutir a retomada dos reencontros de famílias separadas pela guerra (1950-53), o mais recente episódio da aproximação entre os dois países.
Milhões de pessoas foram separadas há quase 70 anos pelo conflito que marcou a divisão da península coreana.
Muitas morreram sem rever os parentes ou receber qualquer notícia dos familiares: todas as comunicações entre civis na fronteira estão proibidas.
Durante a reunião de cúpula no fim de abril, o líder norte-coreano Kim Jong Un e o presidente sul-coreano Moon Jae-in concordaram, entre outros temas, com o reinício das reuniões familiares. A última aconteceu em 2015.
Apenas 57.000 pessoas registradas na Cruz Vermelha sul-coreana para rever seus parentes continuam vivas e a maioria supera os 70 anos.
Os reencontros geralmente acontecem com apenas uma centena de selecionados dos dois lados da fronteira.
Para os escolhidos, as reuniões provocam emoções muito fortes: eles têm apenas três dias para tentar compensar uma ausência de várias décadas e o evento termina com uma nova separação, desta vez provavelmente definitiva.
"Vamos fazer desta reunião um êxito de organização do ponto de vista humanitário", declarou Park Kyung-seo, que coordena a delegação sul-coreana, no início das conversações na estação norte-coreana Monte Kumgang.
"O fato de que o Norte e o Sul estão reunidos para as primeiras conversações da Cruz Vermelha em nosso célebre Monte Kumgang é significativo por si só", respondeu Pak Yong Il, que lidera a delegação norte-coreana.
Após alguns encontros esporádicos, a política de reencontros começou realmente no ano 2000, após uma reunião histórica entre as Coreias. Inicialmente, aconteciam todos os anos, mas depois se tornaram menos frequentes em consequência da tensão na península.
Pyongyang utilizou os reencontros como moeda de troca política, rejeitando sua realização em alguns casos e cancelando alguns no último momento.
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