quarta-feira, 13 de maio de 2020

Moçambique: Violência ameaça segurança alimentar



Além de ataques armados, a seca está a afectar as famílias

A violência armada em Cabo Delgado (Norte) e o terceiro ano de seca no Sul devem prevalecer como principais causas de insegurança alimentar em Moçambique nos próximos meses, agravada pela Covid-19, refere um relatório internacional.


As duas zonas Norte e Sul destacam-se no mapa da Rede de Sistemas de Alerta Antecipado de Fome (rede Fews, na sigla inglesa), que agrega organizações civis norte-americanas e serve como ferramenta de auxílio à acção humanitária. Laranja vivo é a cor do nível três de alerta, numa escala de que vai do nível um (risco mínimo) até ao nível cinco (fome severa).


No nível três, os agregados familiares mais vulneráveis reduzem a frequência e quantidade das refeições, recorrem à comida mais ba-rata e pedem-na a familiares ou amigos.Também recorrem a alimentos silvestres, menos desejados e menos recomendados, lê-se no relatório ao descrever o dia-a-dia da população do Sul de Moçambique e do Norte, na faixa costeira de Cabo Delgado.


Em todo o país, o número de pessoas que necessitam de ajuda alimentar de emergência é susceptível de aumentar devido aos impactos relacionados com a Covid-19, destaca o relatório.


É que devido às restrições globais e no país, com abrandamento da economia, as oportunidades diárias de ganhar alguma coisa têm sido drasticamente afectadas para milhares de famílias urbanas pobres. Devido às medidas tomadas para conter a proliferação da pandemia da Covid-19, provocada pelo novo coronavírus, prevê-se que um número significativo de agregados familiares vulneráveis em zonas urbanas e periurbanas entre em stress (nível dois de risco) para garantir alimentos, durante o mês de Maio, uma vez que as actividades remuneradas são mais limitadas.
Se o abrandamento da economia e as restrições em curso ainda estiverem em vigor em Junho, é provável que a insegurança alimentar aguda nas zonas urbanas se agrave à medida que as poupanças e o apoio dos amigos e família diminuem, conduzindo a lacunas alimentares para as famílias mais vulneráveis que provavelmente irão entrar no nível de crise alimentar, antevê o relatório. O Estado de Emergência está em vigor até final de Maio.


Além deste pano de fundo, a seca em Gaza e Inhambane e a violência armada em Cabo Delgado vão impedir as famílias de ter as colheitas.

Jornal de Angola

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