segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Projovem: 400 milhões USD do programa de crédito para os jovens foram desviados para o estrangeiro


Foto: Mavitide João Mulaza/JAImagens


A maioria dos beneficiários do ProJovem lesou o Estado em mais de 400 milhões de dólares, revelou a secretária de Estado da Juventude, Guilhermina Fundanga, denunciando que grande parte do dinheiro disponibilizado pelo Estado não foi investido no País, mas desviado para o estrangeiro.

Guilhermina Fundanga, que falava à imprensa à margem da palestra "A juventude e o empreendedorismo, políticas públicas", que decorreu em Luanda no sábado, afirmou que o programa de crédito para os jovens beneficiou sobretudo os "que tinham influência junto daqueles que estavam no Governo".

"Demos conta disso através de documentos dos jovens que beneficiaram de créditos", declarou a secretária de Estado, citada pelo Jornal de Angola, sublinhando que se registaram "muitos vícios" na execução do programa pelo anterior Executivo.

"Chegávamos a determinadas províncias e questionávamos se os jovens tinham recebido o crédito e a resposta foi não", revelou.

A responsável afirmou que o Ministério da Juventude e Desportos, sob orientação do Presidente da República, cancelou a concessão deste crédito e está a trabalhar agora na reorganização do programa para reiniciar todo o processo.

"É um processo em que trabalhámos com bastante paciência e quando tivermos as condições criadas, então vamos reabrir. A verdade é que, de momento, o Governo preferiu cancelar ", disse.

O programa de apoio ao empreendedorismo jovem, aprovado na 1.ª reunião ordinária conjunta de 2017 das Comissões Económica e para a Economia Real do Conselho de Ministros, era viabilizado pelo Regulamento da Linha de Crédito de Apoio ao Empreendedor Jovem (Projovem), instrumento assegurado pelo Banco de Desenvolvimento Angola (BDA).

O Projovem foi apresentado pelo então ministro da Juventude e Desportos, Albino da Conceição, actual administrador municipal do Cazenga, nomeado já no Executivo de João Lourenço, que deu a conhecer que cada projecto aprovado seria financiado com uma verba equivalente a 200 mil dólares.

O programa propunha-se enquadrar actividades no domínio da hotelaria e turismo, comércio, prestação de serviços, indústria, agricultura, pecuária e pescas, tecnologias de informação, comunicações e empreendedorismo cultural, visando apoiar o empreendedorismo jovem, promover a formalização de pequenos negócios e dar oportunidades para a inclusão económica e social aos jovens, assegurando a criação efectiva de negócios sustentáveis.

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