Fonte Lusa
O Governo angolano pretende duplicar a capacidade instalada de produção de eletricidade para 5.400 MegaWatts (MW) até 2022, com cerca de 30% proveniente de centrais privadas e estabelecer a Agência de Eletrificação Rural.
O objetivo consta do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2018-2022, aprovado pelo Governo e recentemente publicado, contendo um conjunto de programas com a estratégia governamental para o desenvolvimento nacional na atual legislatura.
No documento, o Governo angolano reconhece que território nacional “revela ainda muitas carências no acesso à energia elétrica”, com “consequências sobre a qualidade de vida e bem-estar dos cidadãos e na viabilização das atividades económicas, em particular das pequenas e médias unidades”.
No final do primeiro semestre de 2017, a Empresa Nacional de Distribuição de Eletricidade (ENDE) contava com 1,276 milhões de clientes em 66 municípios do país, o que corresponde, nas contas do Governo, a uma taxa de eletrificação de 36%. Contudo, esta taxa de eletrificação “não é homogénea” ao longo do país, verificando-se uma concentração (75%) na província de Luanda, que contrasta com a situação na província do Bié, no planalto central angolano, que apresenta a taxa mais baixa (8%).
“O presente programa procura dar resposta a estes desequilíbrios, visando o aumento da taxa de eletrificação de forma equitativa ao longo do território nacional”, justifica o Governo, na componente do PDN com o plano de consolidação e otimização do setor elétrico em Angola, que prevê a criação da Agência de Eletrificação Rural e o arranque da quarta fase do Programa Aldeia Solar.
Genericamente, o objetivo passa por aumentar o acesso a energia elétrica a nível nacional e “equilibrar” o seu acesso em todo território, “assegurando um acesso mínimo em todas as províncias e a cobertura de todas as sedes municipais por sistema elétrico público”.
Até 2022, o Governo estabeleceu o objetivo de a Empresa Pública de Produção de Eletricidade (PRODEL) disponibilizar “no mínimo” 5.400 MW de potência electrica instalada em todo o país, diminuindo as perdas de energia na distribuição para menos de 25%.
Além disso, é meta deste plano que mais de 1.500 MW da potência instalada no país seja proveniente de centrais privadas até 2022 e 500 MW sejam garantidas através de fontes renováveis, solares e eólicas. Neste último capitulo, o objetivo é de atigir os 100.000 registos de sistemas solares individuais, com mais de 2MW, distribuídos por todo o país.
Aumentar a potência instalada através da mobilização de investimento privado, “quer para médias e grandes hidroelétricas, quer para novas centrais térmicas a gás”, nomeadamente nas províncias do Zaire e de Cabinda, são pretensões do Governo para os próximos quatro anos.
Avançará igualmente um programa de aposta na Energia Solar, Hibridização solar de centrais térmicas, de construção de centrais térmicas de biomassa no leste, de centrais de Resíduos Sólidos Urbanos em Luanda e Benguela, e “o lançamento dos primeiros parques eólicos de Angola”.
Com as obras concluídas em 2017 nas barragens de Cambambe e de Laúca, no norte, Angola acrescentou 1.924 MW à sua capacidade instalada, que subiu no final do ano para 2.415 MW de capacidade hidroelétrica instalada
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