quinta-feira, 31 de maio de 2018

ONU adverte que Gaza está à beira da guerra



A última escalada de confrontos entre Israel e os palestinos está levando a Faixa de Gaza para a beira de uma guerra, advertiu nesta quarta-feira o enviado especial da ONU para o Oriente Médio.

"Esta última série de ataques é uma advertência para todos do quanto estamos perto de uma guerra todos os dias", disse Nickolay Mladenov em uma comunicação com o Conselho de Segurança da ONU por um vídeo de Jerusalém.

O Conselho teve uma sessão de urgência a pedido dos Estados Unidos, que pediu ao organismo que condenasse os recentes ataques do Hamas e a Jihad Islâmica contra Israel.

Mas o Kuwait, integrante não permanente do Conselho que representa os países árabes, bloqueou o projeto de declaração promovido por Washington, argumentando que iria apresentar nesta semana seu próprio projeto para superar a crise com medidas de proteção aos palestinos.

Uma série de foguetes e morteiros lançados contra Israel de Gaza fez que Israel respondesse com ataques a 65 locais na Faixa de Gaza.

Esta escalada de violência é a maior desde a guerra de 2014 entre Israel e Gaza acontece após semanas de mobilizações palestinas em protesto contra a transferência da embaixada dos Estados Unidos em Israel para Jerusalém, que deixaram um saldo de 100 palestinos mortos nas mãos das forças de segurança israelenses.

A calma voltou a Gaza nesta quarta-feira, mas o enviado especial da ONU advertiu que a continuidade dos protestos previstos poderiam gerar mais violência.

"Ninguém em Gaza pode permitir outra guerra", disse Mladenov.

Em um e-mail à delegação dos Estados Unidos, o Kuwait afirmou: "Não podemos concordar com o texto que sua delegação apresentou, especialmente porque estamos considerando um rascunho de resolução que aborda a proteção de civis nos territórios palestinos ocupados e na Faixa de Gaza".

Os Estados Unidos, que têm direito a veto no Conselho, se oporá a essa proposta, disse à imprensa o embaixador israelense na ONU Danny Danon.

"O povo de Gaza não precisa de proteção de uma fonte externa. O povo de Gaza precisa ser protegido do Hamas", disse a representante americana na ONU Nikki Haley.

O embaixador francês, Francois Delattre, advertiu que a incapacidade do Conselho para adotar uma resposta diante da crise de Gaza prejudica as Nações Unidas.

O silêncio "não é aceitável para as populações palestina e israelense, afetadas por este conflito. Não é aceitável para o mundo, que está nos observando", disse

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