segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Tribunal retoma julgamento do caso “Burla à Tailandesa”



O julgamento do caso “Burla à Tailandesa”, em que o Estado angolano teria sido burlado em 50 mil milhões de dólares, retoma hoje. A sessão será marcada com a continuação da audição ao réu Manin Wanitchanon, um dos cidadãos tailandeses envolvidos no caso. Na audiência de quinta-feira, quando começou a ser ouvido, Manin Wanitchanon confirmou que a ré angolana Celeste de Brito era, no grupo de supostos burlões, a responsável pelo agendamento das reuniões. Wanitchanon já tinha sido condenado no seu país a um ano de prisão por uso de drogas.

Perante o juiz da Câmara Criminal do Tribunal Supremo, Manin Wanitchanon afirmou também que Celeste de Brito tinha maior contacto com o canadiano Pierre René, outro co-réu, que se encontra foragido.

Manin Wanitchanon, solteiro de 36 anos e que no seu país já tinha sido condenado a um ano de prisão por uso de drogas, é agora acusado pela prática dos crimes de associação criminosa, fabrico e falsificação de títulos de crédito e defraudação pela forma frustrada.

O réu disse ser formado em comunicação social e que conheceu o co-réu Raveeroj Richotenan há três anos, em Bangkok, num hotel em que este era hóspede frequente e aquele gerente de bar. Com a relação que tiveram, Manin Wanichanon foi convidado a integrar à empresa de Raveeroj Richotenan, a Centennial Energy, onde, num espaço de dois meses, atingiu o cargo de director executivo, que exerceu até à altura da sua detenção. Esta função chamou a atenção do juiz, que questionou como um gerente de bar atingiu aquele cargo em tão pouco tempo. 

Numa outra parte do interrogatório, Manin Wanichanon confirmou que esteve no Banco Nacional de Angola (BNA), na companhia de Raveeroj Richotenan e responsáveis da extinta Unidade Técnica de Investimento Privado (UTIP) , então dirigida por Norberto Garcia, para tratar de questões cambiais. Na ocasião, terão sido recebidos pelo funcionário Edson Matoso, arrolado no processo como declarante.

Manin Wanichanon confirmou igualmente que conhece o general José Arsénio Manuel, também réu no processo, porque a Centennial Energy e a Cooperativa habitacional “Jango Yetu”, de que é responsável, assinaram quatro acordos de parceria equivalentes a 38 biliões de dólares. Os referidos acordos, esclareceu, tinham como objectivo principal a construção de casas sociais para os militares.
O réu disse, igualmente, ter havido um desentendimento entre a ré Celeste de Brito e a Raveeroj Richotenan, por, supostamente, aquela não ter honrado a sua promessa.

Jornal de Angola

SHARE THIS

Author:

Etiam at libero iaculis, mollis justo non, blandit augue. Vestibulum sit amet sodales est, a lacinia ex. Suspendisse vel enim sagittis, volutpat sem eget, condimentum sem.

0 comentários: