quarta-feira, 10 de outubro de 2018

KIM JONG-UN QUER QUE PAPA VISITE A COREIA DO NORTE



O líder norte-coreano, Kim Jong-un, convidou o Papa Francisco a visitar a Coreia do Norte, garantindo que ele terá “calorosas boas-vindas”, informou nesta Terça-feira a presidência sul-coreana, após informar que enviará a mensagem de Pyongyang ao Vaticano.

O Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, terá uma audiência com o Papa durante a sua visita ao Vaticano de 17 a 18 de Outubro. “Durante o encontro com o Papa Francisco, (Moon) transmitirá a mensagem do Presidente Kim Jong-un de que lhe dará calorosas boas-vindas se ele visitar Pyongyang”, disse o porta-voz de Moon, Kim Eui-kyeom, a jornalistas. Moon começará uma viagem de nove dias à Europa entre 13 e 21 de Outubro que inclui etapas na França, na Itália, na Dinamarca e no Vaticano. Moon se aproxima actualmente de Kim, depois das três reuniões entre os dois no último ano. Na última cimeira, que aconteceu em Pyongyang no mês passado, Moon foi acompanhado pelo arcebispo sul-coreano Hyginus Kim Hee-joong.

Segundo o porta-voz de Moon, durante essa reunião, Kim pediu ao arcebispo que comunicasse ao Vaticano sobre a sua intenção de trabalhar pela paz. O líder norte-coreano deu vários passos rumo à reconciliação desde o ano passado, incluindo uma histórica cimeira com o Presidente americano Donald Trump, em Junho. A liberdade religiosa é garantida pela Constituição norte-coreana. Entretanto, as actividades religiosas são rigorosamente vigiadas e totalmente proibidas por fora das estruturas oficiais.

No começo do século XX, antes da divisão da península, Pyongyang era um importante centro religioso, com numerosas igrejas e uma comunidade cristã que era chamada de “Jerusalém da Ásia”. No entanto, o fundador do regime e avô do actual líder, Kim Il Sung, considerava a religião cristã uma ameaça ao seu reino autoritário e a erradicou com execuções e trabalhos forçados nos campos. Desde então, o regime norte-coreano autorizou as organizações católicas a desenvolver projectos de ajuda no seu território, mas não tem relações directas com o Vaticano. Na sua visita à Coreia do Sul em 2014, o Papa Francisco celebrou uma missa especial em Seul dedicada à reunificação coreana.

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