CHIANG RAI, Tailândia – Autoridades tailandesas anunciaram na manhã deste domingo o resgate dos primeiros dos 12 meninos de uma equipe de futebol presos em uma caverna junto com seu treinador há mais de duas semanas. A arriscada operação teve início na madrugada deste sábado para domingo no Brasil, já manhã de domingo no horário local, e pode levar ainda dois ou três dias para que todos sejam retirados do local onde estão refugiados na caverna parcialmente inundada. A chuva forte voltou a cair sobre a região após o resgate e tempestades são esperadas nas próximas semanas.
Segundo Narongsak Osottanakorn, governador da província de Chiang Rai e líder do centro de crise que coordena a operação de resgate, quatro dos meninos já deixaram a caverna e foram levados para um hospital. Eles tiveram que nadar um quilômetro do trajeto sob a água.
— Nossa operação foi mais bem-sucedida do que esperávamos. Todos estão perfeitamente bem — comemorou. — Temos milhares de pessoas nos ajudando.
Ainda de acordo com Osottanakorn, por ora as operações estão suspensas, já que as equipes de resgate "usaram todo oxigênio", devendo ser retomadas entre dez e 20 horas, ou seja, entre a manhã e a tarde desta segunda-feira no horário local, madrugada e manhã de segunda no Brasil.
— Os tanques de ar precisam ser recolocados no lugar — acrescentou o governador, numa entrevista coletiva que começou com muitos jornalistas comemorando com palmas o resultado da primeira parte do resgate.
A OPERAÇÃO
As autoridades explicaram que condições climáticas estavam boas na medida do possível neste domingo mais cedo. O nível da água na caverna era o mais baixo desde o início da operação, e as primeiras câmaras que o grupo precisava atravessar — e que estavam inundados dias atrás — agora estavam secos. O nível de oxigênio também estabilizara, após o receio do aumento de dióxido de carbono devido à presença das equipes de resgate. Mas as condições não deveriam melhorar ainda mais, já que mais chuvas estavam previstas.
Ao todo, 90 mergulhadores participam dos trabalhos, sendo 40 tailandeses e 50 de outros países, incluindo britânicos. Na operação deste domingo, 13 estrangeiros e cinco membros da equipe de elite da Marinha tailandesa guiaram os meninos em segurança através de passagens estreitas e alagadas que custaram a vida de um mergulhador dias atrás.
Segundo o site do jornal tailandês "Bangkok Post", um dos meninos resgatados é Mongkol Boonpiem, de 13 anos. Ele teria sido o primeiro a emergir do labirinto. Citando integrantes das forças especiais da Marinha tailandesa, a publicação relata que ele e outros cinco foram levados para a chamada Câmara três, um espaço ainda no interior da caverna e onde as equipes de resgate montaram um base com médicos.
De lá, Mongkol e um colega não identificado foram os primeiros a serem retirados da caverna e levados de helicóptero para um hospital próximo. Eles foram sido seguidos por um terceiro e depois um quarto garoto depois também removidos para o hospital por ambulâncias. Ainda não se sabe se os dois restantes permanecem na câmara intermediária ou se serão retirados de lá ainda neste domingo.
Citado pela rede britânica BBC, o jornalista Florian Witulski informou que um médico australiano que participa dos esforços de resgate decidiu aproveitar a melhoria nas condições de inundação da caverna para retirar os meninos mais enfraquecidos logo do local. Ainda de acordo com Florian, equipes de resgate na entrada da caverna dizem que o nível da água baixou tanto que trechos em que seria necessário nadar podem ser percorridos à pé, ao menos por enquanto.
Do lado de fora, 13 grupos médicos totalmente equipados, com helicóptero e uma ambulância próprios, aguardavam de prontidão dia e noite no lado de fora da caverna em Tham Luang — uma para cada um dos 12 meninos e o treinador
A operação de resgate tem a participação de dezenas de mergulhadores tailandeses e estrangeiros com experiência em espeleologia que seguiram para o local onde estão os jovens. O trajeto na caverna de Tham Luan tem vários quilômetros e inclui passagens estreitas e trechos sob a água. A morte de um ex-mergulhador da Marinha tailandesa na sexta-feira durante uma operação de abastecimento mostra o nível de perigo da travessia. Vários dos meninos, com idades entre 11 e 16 anos, não sabem nadar e nenhum deles já praticou mergulho.
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