sábado, 26 de maio de 2018

Menina vive isolada devido a doença rara em povoado no Iraque


Menina vive isolada devido a doença rara em povoado no Iraque

Haura quase nunca sai de casa. Em seu povoado no sul do Iraque, as outras crianças não querem se aproximar da menina de 4 anos, porque ela sofre de uma doença que cobre sua pele com uma grande mancha negra coberta de pelos.


Desesperada diante do isolamento e da condição, que pode se tornar maligna, a família não consegue encontrar uma solução.

A escassez de recursos econômicos lhes impede de tentar uma cirurgia, que precisaria ser feita longe do povoado de Wahed Haziran, na província agrícola de Diwaniya, a 200 quilômetros ao sul de Bagdá.


Os pais de Haura vestem a menina diariamente com roupas de manga comprida e gola alta, mas não conseguem esconder a doença.

Os poucos centímetros de pele visíveis no pescoço deixam à mostra a mancha negra que provoca as humilhações e a rejeição dos demais.

“Daqui a dois anos deverá ir para a escola, tememos muito esse momento”, conta sua mãe, Alia Jalif.

“Como as demais crianças vão se portar com ela? Não podemos garantir que ficará confortável em uma escola, e é o maior obstáculo para seu futuro”, lamenta essa iraquiana, coberta com o tradicional véu negro.

Haura nasceu um com nevo, ou sinal, gigante, uma marca coberta de pelos que se estende por seus ombros, por parte do torso e nas costas.

O sinal poderia se tornar um melanoma, ou câncer de pele, “que pode ser fatal”, aponta o dermatologista Aqil al-Jaldi.


O tratamento mais eficaz seria um transplante de pele, sessões de laser e acompanhamento psicológico, garante.

Isso é praticamente impossível de se conseguir no Iraque, onde o setor médico foi afetado por uma década de embargo comercial e anos e violência e corrupção.

Todos os médicos que a família visitou sugerem a ida a um centro especializado no exterior, segundo a mãe.


“Mas não podemos pagar a viagem, nem os custos médicos. O que temos dá apenas para viver e mandar seus quatro irmãos e irmãs à escola”, explica Alia Jalif.

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